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Lula: Forças Armadas não são poder moderador e devem agir conforme a Constituição – 12/01/2023 | Diário do Grande ABC

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que as Forças Armadas precisam se restringir ao papel reservado a elas pela Constituição. “As Forças Armadas não são poder moderador como pensam que são. Elas têm papel na Constituição, que é defesa do povo brasileiro e da soberania contra possíveis inimigos externos. Está definido na Constituição e é isso que quero que façam bem feito”, declarou Lula.

De acordo com o petista, ele relatou aos chefes das Forças Armadas incômodo com a presença de familiares de militares pedindo um golpe nos acampamentos instalados próximos ao QG do Exército – que, na opinião dele, ficaram lá por muito tempo.

Lula disse que só quer uma “relação civilizada” com os militares, como teria vivido nos seus oito anos de governo. “Eu convivi por oito anos muito bem com as Forças Armadas”, declarou o presidente, em encontro com jornalistas nesta quinta-feira. “Eu não tenho má imagem das Forças Armadas”.

O presidente aproveitou para criticar o ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi expulso do Exército por má conduta e conseguiu, ainda assim, ter militares como aliados. “Bolsonaro mudou o comportamento de muita gente nesse país”, declarou.

Ao comentar a formação do governo, Lula afirmou que o ministério está “bem montado” e que, agora, o foco é montar o segundo escalão, os conselhos e as estatais.

“Vamos normalizar esse país, com cada um cumprindo a sua função”, acrescentou. “É o Congresso votar sem precisar de orçamento secreto, é o presidente da República executar o Orçamento tal como foi aprovado, de acordo com orientações e cumprimento do TCU. E As Forças Armadas cumprirem seu papel. Sou contra a judicialização da política e politicagem do Judiciário. Se cada um voltar a cumprir suas funções, esse país volta a viver tranquilo”, declarou Lula.

GLO no DF

Lula também explicou aos jornalistas por que não quis decretar uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO ) para conter os atos golpistas que tomaram Brasília no último domingo, 8, e preferiu decretar uma intervenção na segurança pública do Distrito Federal.

“Se eu tivesse feito GLO, eu teria assumido a responsabilidade de abandonar a minha responsabilidade. Aí sim, estaria acontecendo o golpe que as pessoas queriam. O Lula deixa de ser governo para que algum general assuma o governo. Quem quiser assumir governo que dispute eleição e ganhe. Por isso eu não fiz GLO”, relatou Lula.

No encontro com jornalistas, acompanhado pela primeira-dama Janja da Silva, pelo ministro da Secom, Paulo Pimenta, e pelo secretário de imprensa, José Chrispiniano, o petista afirmou que voltou à Presidência mais experiente e maduro para cumprir seu programa de governo.