BLOG DO ARI
Campinas, SP, 21 (AFI) – A inesperada goleada por 3 a 0 que a Ponte Preta sofreu para o Mirassol, na noite desta sexta-feira em Campinas, é uma clara amostragem que o treinador Pintado já não tem o grupo nas mãos.
É voz corrente que o árbitro carioca Bruno Mota Correia teve participação decisiva para que o time pontepretano desandasse, ao insistir na marcação de pênalti aos 16 minutos do primeiro tempo.
Mesmo alertado pelo VAR para revisão do lance, o juizão ignorou que a bola tocou na barriga do atleta, podendo, na sequência, até eventualmente ter resvalado no braço, mas o zagueiro pontepretano Matheus Silva jura de pés juntos que não houve o tal toque.
Foram seis minutos de paralisação até a cobrança convertida pelo centroavante Zé Roberto, do Mirassol, com chute no canto esquerdo. Uma coisa é o árbitro cometer erro de comprometimento aos pontepretanos; outra coisa foi a atuação horrorosa da equipe antes e depois do lance polêmico.
PINTADO
Treinador pode até enxergar bola rolando, mas é primordial que seja agente motivador dos jogadores.
O inexplicável ‘gelo’ que Pintado deu no lateral-direito Mailton, ou teria implicado em perda de confiança do atleta, ou provocou desestímulo.
De repente, escalado na lateral-direita – sua real posição – além de perder o duelo direto com Chico Kim, do Mirassol, foi displicente na jogada que originou a marcação do pênalti.
Em lance aparentemente controlado, ele perdeu a disputa para Chico Kim, que fez o cruzamento com bola tocando no zagueiro Mateus Silva. Afora isso, Mailton perdeu quase todas as jogadas quando se atirou ao ataque, a ponto de ter sido ‘sacado’ no intervalo.
WEVERTON
Aí, o lateral Weverton, que o substituiu, errou a maioria dos passes e, descompromissado, perdeu bisonhamente bola dominada quando o seu time perdia por 2 a 0, em lance aproveitado pelo atacante Fernandinho, do Mirassol, que fez o passe ao meia Camilo, que acompanhava a jogada e finalizou com sucesso aos 49 minutos do segundo tempo: 3 a 0.
LÉO NALDI
Não é hoje que o rendimento do volante Léo Naldi tem sido bem aquém daquilo que pode produzir, resultando até em perda de posição.
Isso foi repetido quando entrou no transcorrer do segundo tempo.
Qual a explicação para isso, além de salário atrasado?
JEH E ANDRÉ
O histórico de jogador descontrolado e que força recebimento desnecessário de cartões amarelos do centroavante Jeh não vem de hoje.
Incrível como ninguém consegue corrigi-lo.
Aí recebe um cartão amarelo ‘bobo’, desconsiderando que por ‘ene’ circunstâncias outro cartão pode ser recebido, como lance em que, na cabeçada do atacante Zé Roberto, ele, Jeh, tocou na bola com os braços abertos, aos 25 minutos do segundo tempo, em pênalti que o árbitro não havia observado, mas providencialmente foi corrigido pelo VAR. A cobrança foi convertida novamente por Zé Roberto e Jeh foi expulso.
Por acaso alguém cronometrou quantos metros o centroavante André percorreu quando substituiu Eliel, na metade do segundo tempo?
É claro o descomprometimento do jogador, que inclusive perdeu a posição de titular.
DESORGANIZAÇÃO
Não bastasse a clareza que o treinador Pintado já não demonstra ascendência sobre o elenco, a desorganização tática da equipe lembra os tempos de seu antecessor Felipe Moreira.
Na prática, o que se vê é um time que não qualifica a saída de bola e opta muitas vezes pelos chutões ao ataque.
Trouxeram o meia Souza com atribuição de ser o organizador de jogadas – uma das carências da equipe – mas afora uma cobrança de falta de longa distância, que exigiu defesa do goleiro Alex Muralha, o atleta esteve sumido durante o primeiro tempo, tanto que foi substituído no intervalo.
Erros de passes, até de curta distância, têm sido ‘marca registrada’ deste time da Ponte Preta, sem que seja buscada alternativa de aproximação dos jogadores e fluxo de jogadas, para que a bola possa chegar com mais rapidez ao ataque.
BOLA NA TRAVE
Afora chute do atacante Paulo Baya, com a bola chocando-se na trave esquerda do goleiro Alex Muralha, a Ponte Preta inexistiu no jogo contra um adversário que se vale apenas de um razoável toque de bola, mas com dificuldade de penetração em defesa adversária. Mesmo assim, não fosse precisa defesa com o pé do goleiro Caíque França, a derrota da Ponte Preta seria mais dilatada, na finalização de Cristian, do Mirassol.
Logo, os protestos de reais torcedores pontepretanos contra o presidente Marco Eberlin, ao final da partida, foi um alerta que a hora é de ‘sacudir da roseira’ e mudar o comando técnico da equipe, com chegada de um comandante que coloque em prática a cobrada organização, motivação e busque a conquista dos pontos necessários para evitar qualquer risco de rebaixamento à Série C do Campeonato Brasileiro.
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