BLOG DO ARI
Campinas, SP, 27 (AFI)- No alto da empolgação, quando a Ponte Preta goleou o CRB por 3 a 0, no sábado, e se viu livre do risco de rebaixamento no Brasileiro da Série B, só faltou o treinador João Brigatti parafrasear o ex-técnico Mário Jorge Lobo Zagallo e dizer: ‘vocês vão ter que me engolir’.
Mas falou coisa parecida, assumindo arrogância até então desconhecida:
“Tenho que bater palmas para mim mesmo. Posso falar com convicção que nenhum outro treinador teria feito o que fiz para salvar o clube. Tivemos que lidar com a questão emocional, e só quem conhece o clube para enfrentar a situação”.
E mais:
“Viver Ponte Preta é sofrer de urticária e insônia. Já havia textão por aí sobre o rebaixamento e escapamos”, arrematou.
TRÊS ÚLTIMOS JOGOS
É inegável que desde a vitória por 1 a 0 sobre o Tombense, em Tombos, o rendimento do time pontepretano surpreendeu.
Ali começou o reconhecimento da ousadia de Brigatti ao colocar a sua equipe no ataque e jogar de igual por igual com o adversário.
Isso se repetiu no empate diante do Juventude, em Caxias do Sul.
Logo, serviu para a retomada de confiança da boleirada, que se impôs sobre o CRB.
WEVERTON
Sim, mas não nos esqueçamos que até o jogo diante do Avaí, na derrota em Campinas por 1 a 0, prevalecia um time pontepretano confuso e risco iminente do rebaixamento, daí a manifestação através de críticas dos torcedores atrás do banco de reservas do clube, contestada por Brigatti.
A rigor, convenhamos que faltou discernimento para ele quando recorreu ao lateral-direito Weverton para substituir Mailton, no transcorrer da partida contra a equipe catarinense.
Repito que nos meus tempos de boleiro do clube amador Arco-íris, do Jardim Proença, atleta do nível de Weverton sequer subia no caminhão.
PERMANÊNCIA?
Deveriam os dirigentes pontepretanos bancar a permanência de Brigatti, ou recorrer ao mercado em busca de um comandante mais rodado, com recursos estratégicos?
Depende do perfil de elenco que se pretenda montar para a Ponte Preta.
Se o propósito é a montagem de equipe apenas competitiva, para se evitar riscos de rebaixamentos de competições em disputa, de certo não haveria objeção para manutenção de Brigatti, levando-se em conta o custo benefício.
Se o pensamento é mais arrojo e busca de melhores colocações, o recomendável seria cravar um treinador com capacidade de extrair mais individualmente e do conjunto do grupo.