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Louzer deu uma lição aos ‘sábios’ da mídia como estudar adversários

BLOG DO ARI

Campinas, SP, 29 (AFI) – Quando da produção da edição do blog da última sexta-feira, eu questionei e respondi: ‘conjecturar possibilidades do Guarani contra o Ituano? Neca. Pré-jogo é coisa quase abolida por aqui’.

Claro que aquele antigo hábito dos ‘especuladores’ sobre perspectiva de um jogo implicou em fulano falar que o Guarani teria que jogar assim e assado, como se fosse aquilo que o treinador Umberto Louzer deveria fazer para quebrar o jejum de dez partidas sem vitória.

Por que evito a tal análise pré-jogo?

Os tempos são outros. Já não se tem acesso aos treinamentos dos clubes. As informações sobre a preparação de equipes são raras, e prevalece ‘chutômetro’ sobre escalações.

Parece mentira, mas já flagrei uma pré-escalação de um adversário da Ponte Preta com cinco erros de jogadores.

Ora, desconhecendo-se as estratégias dos treinadores, não se tendo dimensão sobre quais jogadores integram as equipes visitantes dos clubes de Campinas, como se aprofundar em análises pré-jogo?

PACHECO E MÁRIO SÉRGIO

Foi muito subjetivismo julgar o Ituano como time credenciado no confronto contra o Guarani, pelo fato de ter derrotado o Corinthians neste Paulistão.

Ora, é o Corinthians de agora, não aquele de tradições.

Você sabia que o Ituano está modificado – e para pior – em várias ‘peças’ nesta temporada?

Eu desconhecia que o lateral-direito Pacheco, cuja principal característica é a marcação, já se mandou de lá e está vinculado ao Operário do Paraná.

Você sabia que o lateral-esquerdo Mário Sérgio, eficiente no apoio ao ataque, trocou o Ituano pelo Avaí?

Além deles, o volante Marthã foi para o Londrina e o centroavante Quirino está na Inter de Limeira.

Claro que eu e a ‘companheirada’ também não sabíamos.

Guarani jogou melhor após 1.ª gol, mostrando força coletiva. Foto: Raphael Silvestre – GFC

LOUZER NA FRENTE

Só que Louzer, treinador bugrino, já tinha conhecimento das deficiências na marcação do lateral-direito escalado pelo Ituano, Léo Duarte, e pensou acertadamente em explorá-lo.

Como?

Simples. Já que o seu atacante João Victor não tem convencido, Louzer teve a percepção que Derek, posicionado como atacante de beirada, e com liberdade para fazer a diagonal, poderia encontrar o caminho para o seu Guarani construir as principais jogadas de ataque, até porque sabia que o atleta já havia exercido essa função na Chapecoense.

Aí, escalou o centroavante Bruno Mendes, mas, para completar a estratégia, trabalhou o posicionamento do atacante de beirada Reinaldo também por dentro, como já havia feito com Bruno José, ano passado.

Reflexo: nos dois gols marcados por Reinaldo, o posicionamento dele foi por dentro.
QUEM SABIA DISSO?

Os ‘especuladores’ sabiam desta estratégia?

Claro que não. Se duvidar, vários deles sequer tiveram essa percepção no transcorrer da partida.

Portanto, como dizia o saudoso narrador Fiori Gigliotti, ‘o tempo passa’. E essa nova realidade de desinformação sobre quem joga e como, provocada pelos treinadores, direciona o ‘especulador’ apenas a palpitar sobre o pré-jogo.

De vez em quando, quando bem abastecido por informações, também posso integrar o time dos palpiteiros de pré-jogos, mas apenas municiado de reais informações.

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