São Paulo, SP, 3 (AFI) – O Corinthians enfrenta um cenário de déficit e aumento expressivo na dívida para 2025. O orçamento revisado pela nova gestão aponta diferença de R$ 120,9 milhões em relação à previsão anterior, agora com saldo negativo de R$ 83,3 milhões.
A administração anterior projetava superávit de R$ 37,5 milhões, mas ajuste nas contas revelou gastos com pessoal acima do estimado, menos dinheiro em venda de jogadores e impacto da eliminação precoce na Conmebol Libertadores. O Conselho Deliberativo vai votar o novo orçamento nos próximos dias.
ORÇAMENTO DO CORINTHIANS
O maior rombo está nas negociações de atletas. A previsão inicial era de R$ 180,1 milhões em receitas líquidas, mas o novo cálculo aponta apenas R$ 73,6 milhões — uma diferença de 59,2%. O relatório do Conselho Fiscal afirma: “Não há perspectiva de novas vendas de atletas que permitam atingir o valor originalmente orçado.”
Outro ponto crítico é o gasto com pessoal, agora estimado em R$ 492,7 milhões, 42,5% acima do previsto pela gestão anterior. O documento destaca que férias, 13º salário e encargos trabalhistas foram subestimados, e os salários atuais superam as projeções.
IMPACTO NO BRASILEIRÃO
A eliminação na terceira fase da Libertadores também pesou. Menos renda de TV (queda de 2,1%) e bilheteria (menos 7,1%) agravam as contas. A participação na Sul-Americana compensou só parte dessa baixa, pois os valores do torneio são menores.
No Brasileirão, a expectativa foi revista: agora, a meta é terminar entre 8º e 10º lugar, garantindo R$ 210 milhões. O clube está hoje em 13º. Patrocínios também caíram, com estimativa de R$ 174,4 milhões, contra R$ 211,6 milhões do orçamento anterior, devido a propriedades ainda não vendidas.
O Conselho Fiscal conclui que o resultado operacional ficará 116% abaixo do previsto, principalmente pelo estouro dos gastos com pessoal e receitas aquém do esperado, e alerta que não há perspectiva de redução do endividamento na situação atual.
Segundo o balanço do primeiro semestre de 2025, a dívida total do Corinthians chega a R$ 2,6 bilhões, sendo R$ 1,948 bilhão do clube e R$ 675,2 milhões referentes ao financiamento da Neo Química Arena.