BLOG DE ARI
Campinas, SP, 5 (AFI) – De repente uma enxurrada de críticas aos zagueiros Matheus Silva e Edson, da Ponte Preta. Zagueiros bugrinos Léo Santos e Rayan também não foram poupados nas derrotas para Mirassol e Santos.
Não há como discordar dos protestos dos torcedores, mas a discussão não deve ser fixada exclusivamente em lance ‘a’ ou lance ‘b’, que originaram falhas comprometedoras.
A discussão é mais abrangente e o mal precisa ser corrigido pela ‘raiz’, através de treinadores.
VALORIZAR A BOLA
Observem que quando a Ponte Preta é pressionada e os seus zagueiros ganham disputas de jogadas, na maioria das vezes rifam a bola para qualquer lado, quando o recomendável seria valorizá-la.
Sim, você vai contra-argumentar que zagueiros limitados tecnicamente não devem inventar ou fazer aquilo que não sabem.
Calma, não é por aí.
Treinador tem papel preponderante para minimizar o problema e o ‘remédio’ chama-se treino.
Treino em campo reduzido de cinco para cada lado, de forma que o zagueiro, antes mesmo do desarme, se condicione ao reflexo rápido para direcionar o passe.
Em treino de campo reduzido e após o desarme, o zagueiro será pressionado pelo adversário e assim começa a se condicionar ao pensamento rápido para o direcionamento do passe. O que se vê, em zagueiro sem confiança para sair jogando, é optar pelo chutão.
Aí o adversário retoma a posse de bola e começa a trabalhá-la novamente, criando volume de jogo e situações que irremediavelmente resultarão em erro do zagueiro.
Nesta situação, ficará na memória de torcedores e analistas a falha em si, ignorando-se a contextualização.
RONALDÃO
E quem insistir no argumento que defensor que não sabe valorizar a saída de bola deve se desfazer dela, pegue um lógico exemplo de como é possível melhorar a condição do atleta com o saudoso Telê Santana. Como?
Ronaldão, nos primeiros anos de São Paulo, era lateral-esquerdo sem habilidade no trato à bola, mas o competente Telê o deslocou à zaga e o condicionou ao melhor direcionamento dela após praticar o desarme. Ele integrou o grupo tetracampeão mundial de 1994, nos Estados Unidos, sob o comando de Parreira.
Claro que companheiros dos zagueiros, em questão, precisam se deslocar, aparecer para o jogo como opções para o recebimento do passe.