Rio de Janeiro, RJ, 07 (AFI) – Bruno Henrique foi xingado no primeiro jogo após ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal e do Ministério Público que o investiga como suspeito de participar em esquema de aposta. Na vitória do Flamengo por 1 a 0 contra o Cruzeiro, no Independência, em Belo Horizonte, o atacante foi alvo de copos jogados por torcedores cruzeirenses enquanto era substituído. Um coro que gritava “bandido” o acompanhou na saída do gramado. O jogador ainda não se manifestou sobre o caso
Apesar da operação realizada na terça-feira em endereços ligados ao jogador, o Flamengo garantiu que não o afastaria dos treinos e dos jogos. O clube disse que acompanha as investigações e vai contribuir se necessário, além de se colocar à disposição do atleta. Nesta quarta-feira, Bruno Henrique foi titular e capitão do time.
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Ao fim da partida, o zagueiro David Luiz comentou a situação de Bruno Henrique. “O Bruno tem qualidade e não tem que colocar em causa em nenhum momento a qualidade que ele tem. Ele soube gerir da melhor maneira possível, com experiência, e nos ajudou bastante”, disse o flamenguista à transmissão do canal Premiere.
Na entrevista coletiva, o técnico Filipe Luis também comentou o caso. “Falei com Bruno. Assim que acordei e fiquei sabendo da notícia, consegui contatar ele, que estava muito tranquilo, bem, sereno, porque ele sabe que é inocente. É até um pedido para que se respeite a presunção de inocência, porque é um dano à imagem dele. Depois pode ser que se arquive novamente esse caso, que já foi arquivado (no STJD). E vai ser um dano irreparável na imagem dele. Vamos esperar resolver esse processo. O Flamengo tem interesse em resolver mais do que ninguém. E a gente tem plena confiança no Bruno Henrique”, disse o treinador.
O CASO ENVOLVENDO BRUNO HENRIQUE
O arquivamento que o técnico menciona foi feito pelo STJD, por entender que não haveria motivo para punição desportiva a Bruno Henrique. Agora, a investigação se dá pela PF. Segundo o órgão, o jogador e demais envolvidos podem responder por crime contra a incerteza do resultado esportivo, que encontra a conduta tipificada na Lei Geral do Esporte, com pena de dois a seis anos de reclusão.
O jogo investigado é uma partida contra o Santos ocorrida em novembro de 2023, pelo Brasileirão. Ele levou amarelo aos 50 minutos do segundo tempo por falta em Soteldo, na época no Santos. Em seguida, reclamou com o árbitro Rafael Rodrigo Klein, levou o segundo amarelo, seguido de um vermelho. O time paulista venceu por 2 a 1.
A operação da PF tomou como base um relatório da Associação Internacional de Integridade de Apostas (Ibia, na sigla em inglês) e Sportradar, que fazem análise de risco. O documento foi feito a partir de três bets, ao notarem movimentações suspeitas envolvendo apostas para que Bruno Henrique recebesse cartão amarelo.